Trabalhei na RBS na decada de 2000. TVCOM tinha audiência e faturamento baixos.
Sobre a suposta exigência da Globo em tirá-la do ar, pode ter sentido, dado que a RPC e Rede Bahia e Rede Mirante também extinguiram seus canais paralelos.
pode tb ser fake news, pois a Rede Amazônica mantem o Amazon Sat bombando e com boa audiência e cobertura na região Norte.
Fiquei muito curioso com o teu depoimento. É impressionante como até o maior grupo de comunicação do estado, mesmo com toda sua experiência e prestígio no mercado, não consegue tornar um projeto rentável. Comunicação é realmente um desafio looouco demais!
Pelo que percebi no teu relato aqui, isso não é novidade. Sempre foi assim. Ter uma emissora local (pela histórico do mercado gaúcho por exemplo) não gera lucro direto para o grupo e seus donos, mas traz algo que pode ser ainda mais valioso: poder. E quem sabe utilizar esse poder de forma estratégica consegue transformá-lo em dinheiro. Acho que é exatamente isso que a TV Pampa faz. No Debates Pampa, o Paulo Sérgio Pinto convida presidentes de associações, grandes empresários, prefeitos—ou seja, pessoas influentes. O diferencial disso? Ele garante acesso direto a essas figuras de poder.
E qual o impacto disso no comercial? Se um vendedor do Grupo Pampa entrar em contato com o marketing dessas empresas para oferecer anúncios em suas dezenas de rádios e outros veículos, ele será apenas mais um oferecendo mídia. Mas se esse contato for feito depois que o presidente da associação, o dono da empresa ou um líder de tal grande empresa, participar fisicamente nos programas da Pampa, a abordagem muda completamente... Nesse cenário, recusar o pacote de mídia não significa apenas negar um anúncio; significaria dizer "não" ao Paulo Sérgio Pinto e ao espaço de prestígio que a emissora oferece. Essa é a sacada. Os grandes empresários têm ego, querem aparecer, ser ouvidos, e valorizam essa visibilidade. Sem essa estrutura de influência, dificilmente a Pampa fecharia tantos negócios. Eles são o grupo de comunicação mais presente nas entidades, partidos e círculos da alta sociedade.
Não critico essa estratégia, muito pelo contrário! Eles fazem isso de forma brilhante. O Alexandre Gadret, presidente da Pampa, é um cara extremamente carismático, querido por todos e muito inteligente. Ele sabe jogar o jogo e merece todo o sucesso que tem.
O caso da TVCOM foi semelhante. A RBS, por ser afiliada da Globo, não teria espaço na grade para um programa de debates com Lasier Martins por exemplo. Mas na TVCOM, sim. E isso trouxe poder ao grupo por um tempo. Depois, no entanto, o foco mudou para a Rádio Gaúcha...E já mais a frente a historia com a Octo foi outra coisa (realmente, igual o slogan deles ahhrehahhahe), era uma equipe jovem e talentosa, mas não funcionou. O erro? Eles falavam para um público que simplesmente não assistia TV. O projeto era bom, mas foi lançado no momento errado e na plataforma errada, resultando em baixa audiência e adesão comercial praticamente nula.
No fim, comunicação não é só sobre mídia—é sobre influência, estratégia e principalmente timing.