Bem-vindo!

Ao se registrar conosco, você poderá discutir, compartilhar e enviar mensagens privadas com outros membros de nossa comunidade.

Inscreva-se agora!
  • Olá, o tema escuro já está disponível no HT Fórum. Para usar, basta ir no final da página e clicar em (Fluent), em seguida selecione o (Fluent V2 Dark).

Memória da TV e do Rádio

Membro conhecido
Oct
580
303
Gravadores de Fio Magnético

Antes dos gravadores de fita, havia os gravadores de fio magnético.


Muito cuidado para não se ferir com essa perigosa máquina :) !
 
Membro conhecido
Oct
580
303
A Página de Maria Auxiliadora

maux10.jpg


A sugestão que fazemos a seguir é uma boa e longa visita à "MAUX HOMEPAGE", criada nos tempos da Internet Discada.

Era a "Era do Bit Lascado da Internet", como diria o saudoso jornalista Joelmir Betting.

É impressionante o trabalho de Maria Auxiliadora Mota G. Vieira. Com poucos recursos então disponíveis na Rede, Maria, pela sua cultura, sensibilidade e senso apurado de organização, criou uma página riquíssima e encantadora.

Surpreende o lapso de "download" dos arquivos musicais registrados em MIDI. O som, como não deixaria de ser, lembram os primitivos discos fonográficos de 78 RPM. Mas, para quem não dá bola pela forma, mas sim pelo conteúdo, fará uma inesquecível viagem pelo tempo

Funcionária pública de carreira há mais de trinta anos, atendi diretamente uma população carente em ambulatórios e plantões. Posteriormente, ocupei cargos de direção em serviços de assistência à saúde e em perícia médica.

Durante esses anos, exercitei também a paixão pela escrita. À princípio com "Risos e Lágrimas de Mulher", apresento agora em "Três Décadas no Serviço Público" a longa história dessas atividades.

Como na série anterior, não haverá especificação de tempo e lugar nem identificação dos personagens. Somente os que comigo vivenciaram essas experiências saberão sobre quem e o que estarei contando...

Para todos os amigos conquistados e mantidos ao longo desses trinta anos ofereço essas páginas.

A página de Maria Auxiliadora, entre várias atrações musicais, abriga espaço para Poesia, Contos e Registros Históricos de Piquete, cidadezinha localizada no Vale do Paraíba, SP.

Não deixe para depois. Vá já para a página de Maria!
link:
http://www.mauxhomepage.net/index.htm
 
Última edição:
Membro conhecido
Oct
580
303
O Fabuloso Eidóforo

Esta semana, a Enciclopédia SBTVD PAL-M apresenta um recordista em exibições públicas. Trata-se do eidóforo, um misto de televisor e projetor de cinema.

Vários desses aparelhos passaram pelo Brasil, alugados por conta de Samir Razuk, da Rede Bandeirantes, provavelmente em PAL-B, 25 quadros, 625 linhas, sem transcodificação.

Tive a oportunidade de assistir à uma exibição do eidóforo no Ginásio do Corinthians, ao final da copa de futebol de 1974, quando a seleção da Alemanha desmantelou o maravilhoso "carrossel" da seleção da Holanda, de Johan Cruyff e todos outros, sob o comando de Franz Beckenbauer, por 2 a 1.

A narração, mais descontraída que na TV aberta, ficou por conta de José Paulo de Andrade.
Pena que a seleção canarinho voltou bem antes...

A maior imagem produzida por esse sistema aconteceu na Exposição Mundial de Sevilha, em 1993, quando foram utilizadas duas máquinas ao ar livre, projetaram imagens a 210 metros de distância de uma tela gigante de 675 metros quadrados, algo como um televisor de 1476 polegadas!

450px-Eidophor_front.JPG


O eidóforo é o avô dos atuais sistemas a cristal líquido, pois utiliza a ação de cargas elétricas para movimentar as moléculas de um óleo transparente, pelas quais, ao serem atravessadas pela luz, provocam "modulações luminosas" controladas.

O eidóforo é fruto de pesquisas do cientista Fritz Fisher, do Instituto Federal de Pesquisas Tecnológicas da Suíça. Foi concebido em 1939 e amplamente utilizado até o ano 2000, quando novas tecnologias de imagens móveis mais brilhantes surgiram e ocuparam o seu espaço comercial.

Histórico da invenção do Dr. Fisher:

O sistema do Dr. Fisher é uma verdadeira "usina de imagens"; para funcionar depende de multíplos sistemas, entre eles: um sistema de alto vácuo de bomba de palheta, bomba de difusão, sistemas de refrigeração a água e ar, válvula de imagens com espelho circular motorizado, lâmpada de arco voltaico, sistemas eletro-ópticos, e é claro, sistema eletrônico receptor de televisão.

Toda a parafernália desse projetor é utilizada para controlar um simples princípio:

Um filme de óleo homogêneo sobre um espelho é varrido por um feixe de elétrons que carregam consigo as informações de vídeo. Ao ser atingido pelo feixe de elétrons, o óleo movimenta-se, e cria vários relevos. Ao mesmo espelho é projetado um feixe de luz branca de altíssima potência.

Esses relevos formam lentes que alteram a luz refletida no espelho.
Através dessas "lentes", a luz é "modulada" é enviada a uma tela de cinema na qual a imagem original da TV é recuperada.

Os primeiros eidóforos eram em preto-e-branco. Foram usados em salas de cinema, quando Hollywood temia ser a televisão uma ameaça ao fim de seu império.

Houve também uma variação do sistema CBS de TV em cores sequencial, ao qual é utilizado apenas uma vávula para a projeção de todas as cores.

http://www.earlytelevision.org/eidophor.html

http://www.earlytelevision.org/yanczer_eidophor.html

Os últimos modelos de eidóforo eram dotados de três válvulas. O aparelho que vi em funcionamento tinha o tamanho de uma geladeira e fazia um ruído semelhante.

O eidóforo sofreu forte concorrência das válvulas termo-iônicas fosforescentes GE "Talária" pois dispensavam todo o mecanismo de alto vácuo e lâmpadas de arco.


O eidóforo chegou ao fim do reinado com os painéis matriciais em diodos de alto brilho, pois permitem exibições noturnas ou diurnas. Esses painéis são vistos em várias esquinas das grandes cidades e funcionam o dia todo.

Os pequenos projetores eidóforo foram substituídos por sistemas de lâminas de cristal líquido e lâmpada de cristal de quartzo, como é o sistema "Data Show".

Os moderníssimos sistemas de projeção imagens por chips de micro-espelhos DLP, desenvolvidos pela Texas, resgatam alguns princípios de modulação de luz por reflexão de Fisher e sistema sequencial de cores, desenvolvido pela CBS, nos idos anos 1940.

Peter Goldmark, que viu o seu sistema de TV em cores fracassar, ficaria orgulhoso por isso. Poderiam as ideias de Goldmark salvar o cinescópio?

A Enciclopédia SBTV PAL-M encontra-se no endereço abaixo:
 
Última edição:
Membro conhecido
Oct
580
303
Memória do Rádio em Ondas Curtas

O rádio viveu seus tempos de glória. Antes da TV, Comunicação via Satélite e Internet, o Rádio o era grande meio de difusão e comunicação de massa. Além dos Shows, noticiosos, transmissões esportivas, entre outras coisas, o Rádio era a Ponte Internacional para comunicação a longas distâncias.

Ainda há algumas emissoras internacionais que operam nessa faixa. Mas já foram muitas.

Antes de iniciar a programação, as emissoras enviavam (e ainda enviam) um sinal musical para facilitar a identificação da emissora.

Vamos a algumas delas:

África do Sul

Brasil

China

Holanda

Índia


Reino Unido

Russia

Convidamos aos Rádio Escutas postarem nessa trilha mais prefixos de identificação, nacionais ou internacionais.
 
Última edição:
Membro conhecido
Oct
580
303
Televisão é o Rádio com Imagem...


A copa de 1962 no Chile foi vista com atraso no Brasil, pois não havia conexão por satélite ou micro-ondas.
O videotape da transmissão chegava um dia depois via aérea (avião).

Mas havia um curioso recurso para assistir ao jogo em "tempo real".

Tratava-se do Placar ou Painel Eletrônico:


feccb3a61f42906ade257a3cdf8a857e.jpg

Praça da Sé, São Paulo, 1962.

A dose se repetiu em 1966...

IMAGENS - Velharia: Coisas da Copa de 1966-II

A Copa de 2010 chegou ao fim. Se não foi o show "de bola" que esperávamos, pelo menos mais uma vez houve o show "de imagem" na TV. Dos jogos, pela FIFA, das coberturas jornalísticas, pela emissoras.
A imagens e som perfeitos trazem à nossa lembrança a Copa de 66 na televisão.
Nessa Copa, como nas anteriores, não havia transmissão ao vivo dos jogos. Só gravação por "vídeo-tape" (um processo já superado, hoje). Os jogos eram acompanhados só pelo rádio (com Fiori Giglioti, Ênio Rodrigues, e outros). Nessa hora não havia um só aparelho de TV ligado. Foi aí que, para atrair e cativar o telespectador, uma ou duas emissoras de televisão "bolaram" e ofereceram um jeito bem rudimentar e esquisito de "assistir" aos jogos do Brasil (que não durou muito tempo, pela performance de nossa seleção).

transmiss%C3%A3o+copa+66.jpg


Comentário:

Francine disse...
Meu pai estava lá e falou que os jogadores eram representados por lâmpadas e elas íam sendo acesas conforme a bola se movimentava.


Era mais ou menos assim (ver figura abaixo): desenho de um campo de futebol com pontos numerados (que representavam os jogadores). A trajetória da bola era marcada através de traço de um ponto (jogador) para outro onde ela havia chegado. O traçado era feito simultaneamente aos movimentos narrados na transmissão do rádio. Assim era mostrado a troca de passes, para dar a noção visual de onde a bola estava no campo. Na maior parte das vezes isso não "batia" com o que efetivamente estava ocorrendo no jogo.
Grotesto, ou não, já víamos jogos diretos "pela TV"! Isso só veio a ocorrer, de verdade, na Copa seguinte (1970) com a primeira transmissão ao vivo (ainda em preto e branco).

Fonte:

O esquema de "esquadrinhar" uma partida de futebol é bem mais antigo. A BBC fornecia um gráfico de coordenadas nos jornais dos anos 1940-1950, de modo que o ouvinte podia saber, ainda que grosseiramente, o ponto onde se encontrava a bola e quem estava no ataque.

A ideia resurgiu com força e cheia de recursos com o aplicativo de celulares "365 Scores"


Um belo reforço para as emissoras de Rádio sem imagem...
 
Última edição:
Membro conhecido
Feb
1,432
1,707
Um adendo: e não foi uma ou duas emissoras de TV. Quase todas as emissoras de TV da cidade de São Paulo transmitiram os jogos da seleção brasileira "ao vivo" naquele formato. E para isso foi formado um pool de emissoras. Assisti os poucos jogos da Seleção daquele ano, naquele formato, pela TV. ( assisti pela Excelsior ) E se a minha memória não estiver traindo-me os jogos em VT chegavam por aqui com dias de atraso, óbvio, pela distância lá do Velho Continente. Um outro detalhe que lembrei daquela época: a famosa cadeia "verde amarela" liderada pela rádio Bandeirantes nesses eventos tipo Copa do Mundo, espalhava por alguns locais do centro da cidade de São Paulo, inúmeros alto falantes. Portanto era difícil não acompanhar os jogos principalmente no centro de São Paulo. E com a qualidade técnica daqueles tempos. E era bem comum, além da qualidade sofrível, a transmissão ser interrompida algumas vezes. Era bem complicado.
 
Membro conhecido
Feb
1,432
1,707
Televisão é o Rádio com Imagem...

Grotesto, ou não, já víamos jogos diretos "pela TV"! Isso só veio a ocorrer, de verdade, na Copa seguinte (1970) com a primeira transmissão ao vivo (ainda em preto e branco).

Uma observação: a Copa de 70, principalmente nos jogos da seleção brasileira, para alguns privilegiados, assistiram ao vivo e a cores. Explico. E não sei se isso ocorreu em todo o país, mas na sede da EMBRATEL aqui de São Paulo, os jogos foram exibidos no auditório da empresa, como afirmei acima, apenas para convidados.
 
Membro conhecido
Oct
580
303
Uma observação: a Copa de 70, principalmente nos jogos da seleção brasileira, para alguns privilegiados, assistiram ao vivo e a cores. Explico. E não sei se isso ocorreu em todo o país, mas na sede da EMBRATEL aqui de São Paulo, os jogos foram exibidos no auditório da empresa, como afirmei acima, apenas para convidados.
Obrigado, Gilson!
O Brasil passou a transmitir em cores a partir de 31 de março de 1972. Assistimos a Copa de 1974 na Alemanha, em cores. Muita gente assistiu aos videotapes em cores da Copa de 1970, mas em 1972 em diante. Como muito tempo se passou depois disso, as pessoas lembram-se da marcante Copa do Tricampeonato, como se tivessem assistido ao vivo.
 
Membro conhecido
Feb
1,432
1,707
O Fabuloso Eidóforo

Tive a oportunidade de assistir à uma exibição do eidóforo no Ginásio do Corinthians, ao final da copa de futebol de 1974, quando a seleção da Alemanha desmantelou o maravilhoso "carrossel" da seleção da Holanda, de Johan Cruyff e todos outros, sob o comando de Franz Beckenbauer, por 2 a 1.

A narração, mais descontraída que na TV aberta, ficou por conta de José Paulo de Andrade.
Pena que a seleção canarinho voltou bem antes...
Excelente matéria. ( vou reler, com calma, num outro momento ) E puxando pela memória...lembrei que pelo menos um jogo da Copa do Mundo de 1974 eu também assisti no Ginásio do Corinthians. Além do jogo Brasil x Iugoslávia também assisti a solenidade de abertura daquele evento. E não tinha a menor ideia de como fora projetado aquelas imagens naquele local. Grato.
 
Membro conhecido
Oct
580
303
Ancestral do CDP Player e CD - Toca-Discos e Disco Digital Mecânicos


Plattenspieldose "Stella"
Plattenspieler = Toca-discos

Trata-se da variação de uma caixinha de música.
Em vez de um cilindro cheio de ressaltos, a memória era registrada em discos perfurados intercambiáveis.


O som da caixinha com cilindro é muito ruim porque a harpa foi feita de plástico impresso em 3D em vez de aço.


O prefixo musical da Rádio Suíça Internacional
 
Última edição:
Membro conhecido
Oct
580
303
William Crookes

O cientista Sir William Crookes abriu caminho para muitas descobertas. Ele trabalhou em seu próprio laboratório em Londres, onde fez todos os seus experimentos com diferentes tipos de tubos próximos ao vácuo.
Muitos tubos de Crookes estiveram na base de outras descobertas, como o tubo de raios X e o tubo de Braun, que mais tarde se desenvolveu em nosso conhecido tubo de TV.

obj252geo385pg7p4.jpg


Sopradores de vidro alemães como Otto Pressler, Emil Gundelach e Müller-Uri fabricaram vários tipos de tubos de Crookes, Hittorf e Geissler no início do século XX. Os tubos foram vendidos a escolas e universidades para demonstração em sala de aula por empresas como Max Kohl e Leybold.

Mais:
.
 
Membro conhecido
Oct
580
303
As vinhetas são toscas e dão impressão de terem sido criadas em computadores de oito bits. Nem se comparam aos trabalhos gráficos produzidos pelos designers da Globo. No entanto, causariam sensação nos anos 1970, quando o único recurso de produção de imagens computadorizas eram originadas de um rudimentar gerador de caracteres.
 
Membro ativo
Jan
46
115
Conheça uma nova série que vai contar a real história da Rádio Cidade FM. De onde veio a ideia? Por qual motivo, ela se transformou numa emissora-padrão e foi copiada por inúmeras empresas em todo o país? Vários documentos sonoros e fotográficos mostram como tudo aconteceu, desde o embrião até o sucesso. Abrindo seus arquivos implacáveis, Clever Pereira dá um show de informação, contando tudo! Produção e apresentação: Luiz Fernando Magliocca. Realização: Estúdios Publinter Comunicação - São Paulo. © Direitos Reservados. Não copie sem autorização!

E lembrar que já tivemos no dial emissoras como a Cidade FM! A rádio que revolucionou a faixa de frequência modulada no Brasil, a verdadeira número 1 do fm. Hoje em dia, me desculpe os mais jovens, mas não da nem vontade de você ligar o seu receptor.

Episódio 1

Episódio 2

Episódio 3
 
Membro conhecido
Oct
580
303
TV GAZETA - Fundação Cásper Líbero

View attachment 3584
TUCANO DA FUNDAÇÃO CASPER LÍBERO
(Cores restituídas à partir de um logo em preto-e-branco)
O padrão deve ter sido abandonado para evitar conotações políticas e sociais ;)!​

Este belíssimo padrão era exibido antes do início das transmissões em cores da TV Gazeta, lá pelos idos 1972.
A figura do tucano também estava na fuselagem do multicolorido ônibus de reportagens externas da emissora. A unidade externa da Gazeta era equipada com câmaras Marconi, "Switcher" de seleção de imagens, mesa de controle de som, um sistema transmissor de microondas Klystron (herdado da Excelsior) e, acreditem se quiserem, um equipamento de telegrafia para comunicações de emergência!


40 anos de história​


Com o título Av. Paulista, 900: a História da TV Gazeta, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lançou no dia 25 de janeiro o novo livro da Coleção Apauso. Escrita pelo pesquisador Elmo Francfort, a obra marca os 40 anos da TV Gazeta, a primeira a realizar transmissão a cores e conhecida por revelar nomes importantes na telinha, como Joelmir Beting, Marcelo Tas, Faustão e o cineasta Fernando Meirelles. O lançamento aconteceu durante festa de comemoração do aniversário da emissora, no Teatro Gazeta, à Avenida Paulista, número 900, a partir das 20h30.

Embora o livro tenha como tema central a TV Gazeta, suas 450 páginas retratam a evolução da própria televisão brasileira, dos recursos tecnológicos às novidades na programação. Na apresentação do livro, Elmo Francfort, também autor de Rede Manchete – Aconteceu virou história, destaca a trajetória vanguardista da emissora que a imprensa muitas vezes chamou de nanica. ‘Vida Alves, por exemplo, fez o primeiro programa em cores na televisão brasileira – Vida em Movimento, justamente na TV Gazeta.’

A descoberta de novos talentos também é um legado da emissora. ‘Muitos profissionais que hoje fazem parte do primeiro time da comunicação brasileira, como Joelmir Beting, Heródoto Barbeiro, Galvão Bueno, Marcelo Tas, Fernando Meirelles, Sandra Annemberg, Cléber Machado e Mariana Godoy começaram, ou tiveram destaque, na TV Gazeta’, conta Francfort. Além disso, programas criados na Gazeta, como TV Mix, com Serginho Groisman e Astrid Fontenelle, Flash, de Amaury Jr., Perdidos na Noite, com Faustão, Dinheiro Vivo, de Luis Nassif, e Mesa Redonda, comandado por Roberto Avallone, ganharam novos espaços em outras emissoras e fizeram história na televisão brasileira.


Do jornal à TV

A história da TV Gazeta começa com Adolfo Campos de Araújo, mineiro da cidade de Serro, que criou, em 16 de maio de 1906, o jornal A Gazeta, cuja sede ficava na Rua XV de Novembro, região central de São Paulo. Com a morte de Adolfo Araújo, em 1915, o controle da Gazeta mudou de mãos várias vezes, até que, em 1918, foi oferecida por 60 contos de réis, a prazo, a um colaborador do jornal – Cásper Líbero.

Natural de Bragança Paulista e bacharel em Ciências Sociais e Jurídicas, Cásper Líbero, à época com 29 anos, tinha vocação para a escrita e sua inclinação para o jornalismo já havia aflorado – foi um dos fundadores do jornal Última Hora, em 1911, no Rio de Janeiro. Seu espírito, mais empreendedor do que idealista, foi determinante para aceitar o desafio de administrar A Gazeta. Ao assumir, Cásper foi atrás de mudanças para reerguer o jornal. Do exterior, trouxe novas tintas e papel da melhor qualidade, montou uma clicheria (oficina de fotogravura) que se tornou referência no meio jornalístico, e substituiu a velha rotativa por uma nova vinda da Alemanha: a Man.

Desde sua criação, o jornal alternou momentos de bonança e crises financeiras. Fatos históricos também prejudicaram seu crescimento, como a crise de 1929 na Bolsa de Nova York, e as Revoluções de 1930 e a Constitucionalista, de 9 de julho de 1932. Esta última marcou o exílio de Cásper Líbero e de vários líderes do movimento. Em 1934, Cásper Líbero foi anistiado e recebeu a indenização por todos os danos sofridos durante a fase revolucionária. A Gazeta ressurgiu e, em 1935, já era o jornal com maior tiragem diária do país, com 100 mil exemplares.

No dia 27 de agosto de 1943, um desastre aéreo na Baía de Guanabara pôs fim aos planos de Cásper Líbero, mas não à história da Gazeta. No seu testamento, ele determinou que seus bens fossem utilizados para a criação de uma fundação (a mesma que levaria seu nome), cuja finalidade era investir em novos veículos de comunicação. Sob o amparo da Fundação Cásper Líbero, surgiriam, na sequência, a TV Gazeta, a Rádio Gazeta FM, a FCL Net, a Gazeta Esportiva.Net e a TV Gazeta Digital.

Apesar de (na época) não existir televisão no Brasil, o sonho de Cásper Líbero era montar uma emissora. Em 1939, ele mesmo entrou com o pedido de concessão de um canal de TV. Com a sua morte e a criação da Fundação Cásper Líbero, a entidade ficou com a obrigação de dar continuidade ao projeto. A concessão do canal de televisão (canal 2) para a Fundação foi dada em 1950, sendo a primeira no Brasil. Apesar de pioneira, aos poucos a TV Gazeta viu a concorrência nascer, uma a uma. A TV Tupi, em 1950, a Paulista, em 1952, a Record, em 1953, a Excelsior e a Cultura (que ficou com o canal 2, ficando o 11 para a Gazeta), em 1960, e até a TV Bandeirantes, em 1967.


Depois de 20 anos

O edifício atual da TV Gazeta, no número 900 da Avenida Paulista, começou a ser desenhado em 1958, quando o Conselho Curador da Fundação decidiu construir uma nova sede. O projeto inicial, concebido pelo renomado engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, era arrojado, com 220 metros de altura, o equivalente a um edifício de 72 andares – sem contar os 30 metros da futura antena da TV Gazeta, planejada no decorrer da construção. As obras começaram em 1958 e o edifício começou a ser utilizado gradativamente no primeiro semestre de 1966.

Em 1968, a Fundação Cásper Líbero enfrentava uma grave crise financeira e salvar a entidade não era tarefa fácil. Veio a intervenção do governo do estado de São Paulo, apoiando a Fundação ao reunir uma série de empresários que pudessem recuperá-la. Foi assim que Octavio Frias de Oliveira, dono da Folha de S.Paulo, e Carlos Caldeira foram convidados a integrar a nova direção da Fundação. Em dois anos, a TV Gazeta se tornaria realidade.

A TV Gazeta nasceu numa fase de acontecimentos marcantes (bons e ruins) para a TV brasileira, como o fim da TV Excelsior e a criação da Rede Globo, em 1965. Desta época, só faltava a inauguração do Canal 11, o último canal paulistano. O dia 23 de junho de 1969 era o prazo final para instalação do sétimo e último canal VHF de São Paulo. Às 17h45 daquele dia 23, a torre de 116 m, no espigão da Paulista, transmitiu seus primeiros sinais e a TV Gazeta foi ao ar experimentalmente.

O primeiro programa Mingau Quente era apresentado por Eduardo Queiroga e Aurélio Belloti Jr. No estúdio, rapazes e moças dançavam ao som de um disc-jóquei nos estúdios da TV Gazeta. Nos intervalos comerciais era anunciado assim: ‘Alô, juventude de São Paulo! Venha participar conosco do Mingau Quente! Um programa `bidu´, a sua festinha de fim-de-semana.’ A estréia oficial só aconteceu no dia 25 de janeiro de 1970.

Nesses 40 anos, a TV Gazeta lançou programas que fizeram história na TV brasileira. Na década de 70, por exemplo, foram destaque Clarice Amaral em desfile, Força Jovem, Multiplicação do Dinheiro, com apresentação de Joelmir Beting, Show de Ensino, apresentado pelo então professor de História, Heródoto Barbeiro, e Futebol é com onze, que seria o embrião do popular Mesa Redonda. O ano de 1971 também ficou conhecido como o ano que a Gazeta liderou a audiência, batendo a Globo com a transmissão exclusiva do Campeonato Mundial de Basquete Feminino.

Nos anos 80, a programação se renovou. São dessa época TV Mix, apresentado por Serginho Groisman e Astrid Fontenelle, com direção de Fernando Meirelles, e Crig-Rá, também dirigido por Meirelles em parceria com Marcelo Tas, com apresentação de Sandra Annemberg. O 23a Hora também abriu espaço para vários apresentadores que hoje são medalhões na TV brasileira. Na grade de sábado, Faustão, hoje na Globo, ficou famoso com Perdidos na Noite. Já Amaury Jr. tornou-se um dos colunistas mais badalados do país com o programa Flash. Também nesse período surgiram Mesa Redonda: Futebol Debate, comandado por Roberto Avallone, Dinheiro Vivo, com Luis Nassif, e São Paulo na TV, que lançou vários apresentadores, entre eles Paulo Markun e Sílvia Poppovic.

Para Elmo Francfort, a TV Gazeta, aos 40 anos, ainda hoje é a única que mantém o mesmo propósito de quando foi inaugurada. ‘Uma emissora que visa a gerar novos talentos, que é voltada para o povo paulistano e que pensa ser uma TV alternativa às demais, comerciais ou educativas. Mas sabe qual é o seu maior segredo? Quem te faz. E quem te fez. A história seria outra se não fossem os funcionários. Como disse o locutor Honoré Rodrigues: ‘Éramos o exército Brancaleone.’

fonte:

A TV Gazeta faz 54 anos de atividades no dia de hoje, também aniversário dos 470 anos da cidade de São Paulo

Abaixo, um vídeo muito bem produzido por Lucas Evangelista sobre a história da TV GAZETA


Faltou dizer que a TV Gazeta produz nos dias de hoje um programa jornalistico de primeira qualidade: sério, isento, analítico e abrangente.
 
Última edição:
Membro conhecido
Oct
580
303
Infelizmente, a Gazeta não tem mais nem o que comemorar. Está virando uma CNT da vida.
A Internet pulverizou os meios de comunicação; fragmentou a audiência de todas emissoras de TV.
Ela concretizou uma antiga profecia de Andy Warhol: todos teriam 15 minutos de fama.
Nem a toda-poderosa Globo resistiu aos novos tempos e não é mais sombra do que já foi.

Mas como dizia o jornalista Alexandre Kadunk, quando bem-humorado:

"O futuro do rádio e da televisão é o jornalismo que registrará o começo de um novo mundo".

Quando mal-humorado, fazia uma previsão sombria:

"O futuro do rádio e da televisão é o jornalismo, mesmo porque nós jornalistas registraremos o fim do mundo."

Assista ao Jornal da Gazeta e mude sua opinião.
 
Última edição:
Top