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Dados do IBGE revelam que serviço pago de vídeo online se consolida, enquanto TV a cabo perde espaço, especialmente em áreas rurais
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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresenta um cenário de transformação no consumo de conteúdo audiovisual nos lares brasileiros. Em 2024, a ascensão do serviço pago de streaming de vídeo e a diminuição da televisão por assinatura são evidências dessa mudança, acompanhada por um aumento de domicílios sem acesso a nenhum tipo de canal tradicional.
O serviço de televisão por assinatura registrou uma queda em sua penetração. Em 2024, 18,3 milhões de domicílios, ou 24,3% dos lares com televisão no País, tinham acesso a esse serviço. A proporção foi de 25,6% em áreas urbanas e 13,5% em áreas rurais. Entre 2023 e 2024, o percentual de domicílios com televisão por assinatura apresentou redução de 0,9 ponto percentual (p.p.) no Brasil, com quedas de 0,6 p.p. em áreas urbanas e de 3,9 p.p. nas rurais.
Note-se, contudo, que o percentual do IBGE, apesar da queda, é bastante superior aos 10,5% de penetração se contada apenas a proporção de assinantes de TV paga registrados na Anatel (7,9 milhões de assinantes pagantes em dezembro de 2024 no serviço SeAC) sobre a base de domicílios com TV (75,2 milhões). Isso significa que a pergunta do IBGE dá margem para que usuários ou de serviços piratas ou usuários de TV por assinatura prestados por streaming respondam como sendo usuário de TV paga.
A disparidade entre áreas urbanas e rurais no acesso à TV por assinatura, que havia diminuído de 25,3 p.p. em 2016 para 8,8 p.p. em 2023, voltou a subir para 12,1 p.p. em 2024, impulsionada por uma queda mais acentuada nos domicílios rurais.
Em 2024, a Região Sudeste manteve o maior percentual de domicílios com acesso a serviço de televisão por assinatura, com 31,1%. A Região Nordeste permaneceu com o menor índice, 13,0%. A Região Sul registrou crescimento de 1,8 p.p., enquanto a Centro-Oeste variou pouco e as demais Regiões apresentaram queda nesses números.
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O rendimento médio mensal real per capita nos domicílios com televisão que tinham acesso a serviço de televisão por assinatura foi de R$ 3.415, mais que o dobro daqueles com televisão sem esse tipo de serviço (R$ 1.671). Em comparação com domicílios que possuíam recepção por antena parabólica, o rendimento nos lares com antena parabólica representou 43,9% do rendimento dos domicílios com acesso a serviço de televisão por assinatura em 2024.
Entre os motivos para a não adesão ao serviço de televisão por assinatura, o custo (31,0%) e a falta de interesse (58,4%) foram os principais, somando 89,4% dos domicílios com televisão sem o serviço. A substituição do serviço por vídeos acessados pela internet foi apontada por 9,1% dos domicílios. A indisponibilidade do serviço na área representou apenas 0,9% dos casos, com destaque para a Região Norte (1,6%). A substituição por vídeos da internet variou de 8,2% na Região Nordeste a 10,9% na Região Sul.
Com a queda dos indicadores de domicílios com recepção de sinal aberto (por antena convencional ou parabólica) e a redução do acesso à televisão por assinatura, houve um aumento no número de domicílios sem acesso a todos esses serviços. O número passou de 2,8 milhões em 2022 para 5,0 milhões em 2024, representando um aumento percentual de 5,2% em 2023 para 6,7% em 2024. Domicílios rurais apresentaram percentuais mais elevados (7,6%) em comparação aos urbanos (6,6%). A Região Centro-Oeste registrou o maior percentual de domicílios sem acesso a canais de televisão (8,6%), especialmente em suas áreas rurais (11,8%).