Pessoal, reparei num padrão que determinadas emissoras de rádio seguem quando estão prestes a serem arrendadas, vendidas ou mesmo, fechadas.
Digo isso pois presenciei o fim de 4 emissoras aqui na minha região e todas elas tiveram pelo menos um sintoma antes de fechar as portas para ser vendida ou arrendada (no caso, vender parcialmente ou mesmo totalmente a grade).
1. Ausência de locutores em horário comercial (exceto madrugada) ou locução gravada: Geralmente, um sintoma que evidencia o abandono da emissora. Aqui, a FM Cidade de Itirapina, a Melhor FM de Cordeirópolis, a Intersom FM de São Carlos e até a Tropical FM de Araras ficaram com parte de suas grades sem locutores ao vivo.
2. Vitrolão: Um sintoma comum nas rádios que foram arrendadas ou vendidas é ficar tocando músicas, sem intervalos, sem comerciais e sem locuções ao vivo. A FM Cidade ficou 1 ano só no vitrolão, a sua sucessora Intersom FM ficou QUASE 5 ANOS no vitrolão (isso porque teve um período com programação própria entre maio de 2021 e janeiro de 2022) e a Melhor FM ficou 2 meses no vitrolão (e isso sem falar nas outras 2 vezes em que ficou no vitrolão, em 2016 e em 2019, antes da Ind FM voltar ao ar).
3. Falta de patrocinadores: Algo vital para uma rádio funcionar são os patrocinadores, que trazem dinheiro no caixa da emissora. A FM Cidade nunca teve grandes patrocinadores, pois a Intersom FM bancava a emissora, mas com a venda da Intersom e a transferência da marca (e o fim da FM Cidade), a emissora passou a praticamente não ter nenhum patrocinador a não ser anúncios de governo e ONGs. A Intersom FM chegou até a ter patrocínio quando retomou sua grade, entre 2021 e 2022, mas depois, só comerciais de ONGs, governo e institucionais. Isso quando não estava com a grade da Unieb. A ausência de patrocínio significa falta de dinheiro e recursos na emissora.
4. Problemas técnicos frequentes: Dependendo da situação da emissora em questão, a rádio pode ter vários problemas técnicos na programação, como ficar muito tempo muda, ter problemas na qualidade do som e até ficar fora do ar. A FM Cidade sofreu muito com esses problemas técnicos, em 2018 e 2019, a emissora chegou a ficar muda o dia inteiro! Um sinal de que os equipamentos da emissora estão velhos/ultrapassados e sem manutenção, podem parar de funcionar, revelando o sucateamento da emissora.
5. Desinteresse dos proprietários em investir na emissora/manter a emissora: Esse último sintoma é mais difícil de ser notado, pois geralmente não temos contato direto com os proprietários da emissora, mas podemos fazer uma menção honrosa aqui. A Rádio Clube Ararense, que operava em AM e tinha o mesmo público/perfil da Tropical, migrou para FM, daí os proprietários da Tropical FM optaram por vender a emissora à São Leopoldo Mandic, que por sua vez, lançou no lugar a Conecta FM. Diferentemente dos outros exemplos, a Tropical FM tinha locutores, audiência e patrocinadores e não sofria com problemas técnicos crônicos, portanto faço essa menção honrosa.
Claro que nem sempre a aparição desses sintomas numa determinada emissora de rádio indica o seu arrendamento ou o seu fim. Mas caso dois ou mais sintomas apareçam na sua estação favorita, é melhor se preparar para o fim desta.