Internacional: BBC divulga resposta aos pedidos para adiar fim da TV aberta terrestre, apesar do risco de isolar pessoas mais velhas

Membro conhecido
Dec
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A BBC, a ITV e o Channel 4 estão resistindo aos apelos para adiar o desligamento da TV terrestre, mesmo com a preocupação de que a mudança para o streaming possa isolar o público mais idoso.

Os canais públicos (BBC, ITV, Channel 4 e Channel 5) estão em negociação com o governo sobre quando o streaming vai substituir por completo os sinais de TV tradicionais.

A regra atual garante transmissão pela antena apenas até 2034, mas há discussões sobre estender esse prazo.

A pressão maior vem da Arqiva, empresa que cuida das torres de transmissão no Reino Unido. Em 2022, ela lançou a campanha “Broadcast 2040+”, pedindo que o serviço terrestre seja mantido até 2040 ou além. Além do interesse comercial da Arqiva, organizações que defendem idosos e pessoas vulneráveis—como Age UK, Silver Voices, Rural Services Network e Voice of Listener and Viewer (VLV)—também fazem parte dessa campanha.

Por outro lado, grandes emissoras argumentam que manter a rede antiga custa muito caro e consome muita energia, enquanto a audiência cai. A BBC precisa economizar milhões devido a cortes no orçamento e já investiu forte em plataformas de streaming para atingir um público mais jovem—o mesmo vale para a ITV e o Channel 4.

Em documento enviado ao governo no ano passado, as emissoras afirmaram que o sistema único de serviço público britânico depende de uma distribuição universal e acessível. Elas alertaram que forçar a manutenção de redes antigas por mais tempo, ou tornar o acesso disponível só em grandes plataformas globais, pode enfraquecer toda a cadeia de produção de conteúdo britânico.

Quem lidera a Silver Voices, Dennis Reed, chamou de “indignante” a postura da BBC, dizendo que a corporação “parece querer abandonar a TV terrestre o quanto antes”. Para ele, milhões de idosos dependem da transmissão pela antena para ver TV e ficar informados, e a BBC deveria defender o acesso universal. Reed lembra que a empresa já deixou de oferecer licença gratuita para maiores de 75 anos e foca cada vez mais em público jovem.

O VLV, representado por Colin Browne, reforça que é essencial que todos no Reino Unido continuem a ter acesso gratuito aos canais públicos, sem custos adicionais. O grupo faz parte do fórum criado pelo governo para discutir o futuro da distribuição de TV e apresentar recomendações.

Alguns críticos acusam a Arqiva de agir por interesse próprio, já que seus contratos com a BBC vencem em 2031 e com ITV e Channel 4 em 2034. A empresa, no entanto, afirma que a TV terrestre gratuita e confiável alcança mais de 98% da população e é vital para pessoas idosas, em situação de pobreza digital e em áreas rurais. Para a Arqiva, o futuro do broadcasting no Reino Unido deve ser híbrido, com TV terrestre e streaming coexistindo.

A BBC declarou ao MailOnline que, embora o streaming ofereça mais opções e qualidade—até para públicos vulneráveis—nem todo mundo já consegue acessar a internet. Por isso, sua prioridade é garantir que ninguém fique de fora durante a transição digital. A corporação participa do grupo de trabalho do governo, junto a emissoras, representantes de infraestrutura e grupos de audiência, para assegurar que o desligamento só ocorra quando estiver tudo pronto. A BBC apoia a decisão do governo de definir um prazo até o fim do ano, para dar clareza a todos.

A ministra da Cultura, Digital e Esporte, Stephanie Peacock, lançou em novembro um fórum com a indústria, parceiros de infraestrutura e grupos de defesa dos espectadores para discutir a “transição da TV”. O departamento reforçou que trabalha para que ninguém seja deixado para trás com o crescimento do streaming e que vai decidir ainda este ano se estende a TV terrestre gratuita (Freeview) até pelo menos 2034.

ITV e Channel 4 preferiram não comentar.

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Membro conhecido
Mar
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Aqui no Brasil, diziam que com a chegada da TV, o Rádio ia acabar, sendo que existe até os dias atuais. Quem pede o fim da TV e Rádio tradicionais, desconhecem a importância que esses meios possuem. O Streaming veio, mas apenas para somar e não substituir.
 
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May
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Há uma preocupação legítima daqueles que tem idosos em suas casas e temem ficar sem a TV aberta terrestre em 2040. Eu acho que a Freeview merece ser estendida. No Brasil, há quem dizia que, com a chegada da TV, o rádio vai acabar, mas o rádio segue firme e forte desde os dias atuais. Quem pede o fim da TV e rádio tradicional, desconhecem a importância que esses veículos possuem. Quem acompanhou a cobertura da Rádio Gaúcha nas catastróficas enchentes do final de abril e de maio de 2024, sabe muito bem do que eu estou falando, pois eu vi a cobertura jornalística desse evento climático extremo com um coração apertado com o sofrimento passado pelo povo gaúcho, mas também com o respeito absoluto aos profissionais de imprensa, seja da RBS, da Pampa ou de outros grupos de comunicação gaúchos, que se uniram aos profissionais dos veículos de imprensa de todo o Brasil e do Mundo para trazer ao dial o que estava acontecendo no território gaúcho naquele momento tão delicado da história. O streaming veio, mas apenas para somar, e não substituir. O streaming é o complemento da TV aberta e do rádio.
 
Membro conhecido
Aug
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Para melhor enteder a evolução da tv digital no mundo:
Reino Unido:
Freely:
É um serviço de IPTV (Internet Protocol Television) gratuito lançado em 2024, que permite assistir a televisão ao vivo e conteúdo sob demanda das principais emissoras britânicas através da internet. Freelyé a nova maneira de transmitir o melhor conteúdo ao vivo e sob demanda, tudo em um só lugar, gratuitamente. Pela primeira vez, o público do Reino Unido pode transmitir canais de TV ao vivo junto com conteúdo sob demanda em suas smart TVs, eliminando a necessidade de antena parabólica. Os recursos incluem inovações pioneiras para TV aberta, permitindo que o público alterne facilmente entre conteúdo ao vivo e sob demanda das principais emissoras do Reino Unido e outros canais abertos, sem precisar pagar.

Freeview:
É uma plataforma de televisão digital terrestre (DTT) que utiliza antenas para receber sinais de transmissão de canais gratuitos.
A Freeview é a maior plataforma de TV do Reino Unido, usada em mais de 16 milhões de lares e em 10 milhões de televisores principais. Originalmente um serviço exclusivamente de transmissão aérea, agora também oferece o Freeview Play, um serviço híbrido de transmissão e TV online integrado à maioria dos televisores vendidos no Reino Unido. O aplicativo móvel e o site da Freeview também oferecem ao público acesso à programação ao vivo e sob demanda dos canais Freeview.

A Freesat  transmite mais de 170 canais e oferece TV gratuita via satélite para mais de 2 milhões de lares. Um dos decodificadores mais populares da Freesat, o 4K TV Recordable Box, combina TV linear com serviços on demand pela internet para oferecer o melhor dos dois mundos aos telespectadores. Além de uma ampla gama de conteúdo gratuito, a Freesat também oferece aos telespectadores acesso direto a serviços pagos, como Netflix e Prime Video.

Transmissão:
O Freely utiliza a internet, enquanto o Freeview utiliza a DTT por meio de antenas.

Foco:
O Freely é projetado para substituir gradualmente o Freeview, embora este último ainda seja relevante para quem prefere a abordagem mais tradicional.

Hybrid:
O Freely pode ser utilizado em conjunto com uma antena para oferecer uma experiência híbrida, permitindo a visualização de canais DTT que ainda não estão disponíveis no Freely, de acordo com uma explicação do Wikipedia.

Importante sabermos como funciona pelo mundo até para balizar qual será nosso caminho. Já temos o DTV+ bem encaminhado, já temos emissora piloto da Globo no Rio, faltando definir a parte móvel e o decreto presidencial com todas as normas para as emissoras e fabricantes de equipamentos de recepção e tvs.
Bora cavar informações de como funciona na Coreia do Sul e a qtas anda no Japão e na India.
 
Membro conhecido
Jun
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Tem um pequeno detalhe: a Internet é realmente e totalmente confiável? Nem é preciso ir muito longe: basta ver as catastróficas enchentes no Rio Grande do Sul. A possibilidade de um colapso das redes de fibra ótica deveria ser considerada antes de cogitar qualquer desligamento total. Nem que, ao menos, mantivessem a Freesat (plataforma de TV digital via satélite similar à nossa parabólica).
 
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