Emissora aposta em reprises para manter a grade de programação
Na noite de quarta-feira (4), a TV Cultura surpreendeu suas equipes ao anunciar o cancelamento de oito programas por falta de recursos financeiros. Administrada pela Fundação Padre Anchieta, a emissora informou que a "diminuição de receitas" obrigará a substituição de produções inéditas por reprises. O Governo de São Paulo nega cortes e afirma ter investido 10% a mais na TV pública em 2024 comparado ao ano anterior.
De acordo com o site Notícias da TV, a própria TV Cultura confirmou a suspensão temporária das gravações devido à escassez de verbas, garantindo que muitas atrações continuarão sendo exibidas em formato de reprise. Já o governo estadual declarou que o aporte financeiro para a emissora neste ano é de R$ 104 milhões, um aumento de 10% em relação a 2023.
Nos bastidores, a situação gerou grande tensão. Fontes internas relatam um clima de desânimo nos estúdios, com profissionais visivelmente abalados. Além disso, funcionários contratados como Pessoa Jurídica (PJ) enfrentaram dificuldades, como falta de pagamento em agosto, e não tiveram recursos para suas necessidades básicas, situação que a TV Cultura atribuiu a um problema bancário.
Sindicatos de jornalistas e radialistas reagiram rapidamente, organizando assembleias para discutir o impasse. Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, apontou pressão política sobre a emissora desde a eleição do governador Tarcísio de Freitas, sugerindo um possível "desmonte" semelhante ao ocorrido na EBC durante o governo Bolsonaro.
A Fundação Padre Anchieta, que mantém a TV Cultura, é uma entidade de direito privado com autonomia administrativa e financeira. Seu orçamento para 2024 é de R$ 104 milhões, 10% superior ao ano passado, sustentado por recursos públicos e privados.