Em meio a reestruturação do jornalismo, uma funcionária com câncer no cérebro é desligada
A demissão de uma funcionária do SBT nesta segunda-feira (6) expôs um clima de tensões internas na emissora, resultante da reestruturação do departamento de Jornalismo. No centro da polêmica, está uma ex-produtora diagnosticada com câncer no cérebro, que trabalhou na emissora desde 2017.
A funcionária, que pediu para não ser identificada, se queixou amargamente da forma como foi tratada. Durante sua luta contra a doença, que começou em 2019, ela foi mantida com o convênio de saúde ativo por seis meses após a demissão, mas isso não foi suficiente para aliviar a frustração.
Ela afirmou que, apesar de ter feito um apelo para continuar no SBT, a emissora ignorou sua situação de saúde. "Com o Silvio Santos não era assim", desabafou a ex-colaboradora, referindo-se ao tratamento que recebia durante a gestão anterior. Segundo ela, a empresa alegou que o câncer não era responsabilidade do SBT, e a única opção oferecida foi a possibilidade de pagar o convênio por conta própria por mais dois anos.
A crise no SBT vem se intensificando desde que Leandro Cipoloni, ex-Record, assumiu a direção do setor de Jornalismo. Para a funcionária demitida, o ambiente na emissora se tornou insustentável. Ela contou sobre o clima tenso na produção do "SBT Brasil", onde trabalhou. "Andam gritando no switcher, coisa que nunca aconteceu antes. O clima é de muita tristeza e de muita tensão", relatou.
Em meio a essa reestruturação, a funcionária observou que não foi a única a ser dispensada de maneira abrupta. Ela mencionou o caso de uma colega que também foi demitida, mesmo com um irmão em estágio terminal de câncer. "Eles estão querendo colocar esse esquema de terror no SBT, e o SBT nunca foi assim", afirmou, ressaltando o que considera como uma atitude imoral da emissora.
Embora a demissão não seja considerada ilegal, a ex-funcionária considera que o tratamento recebido foi completamente desumano, algo que jamais havia presenciado em sua carreira. Ela apontou que, nas suas passagens por outras emissoras, nunca teve que enfrentar uma situação tão traumática.
O SBT, por sua vez, não se manifestou sobre o caso específico da funcionária com câncer, mas afirmou que a reestruturação do departamento de Jornalismo, conduzida por Leandro Cipoloni, envolve substituições de cargos e não corte de pessoal.
A situação gerou ampla repercussão, levantando questões sobre a ética e os direitos dos funcionários diante de situações delicadas como doenças graves. Muitos se questionam: até onde vai a responsabilidade de uma empresa com seus colaboradores em tempos de reestruturação?
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