Transformando instalação de antena coletiva em rede Wi-Fi cabeada

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Jun
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Fala pessoal, tudo bem?

Vou compartilhar uma experiência que fiz na casa da minha mãe. Lá, existe uma instalação de antena coletiva que fiz anos atrás com três pontos. Dois ficam no andar de cima e um no andar de baixo, sendo esse último feito com cabo RG-59 antigo da época que a casa foi construída. Por obstrução dos conduítes, não tem como ele ser trocado. A solução foi, para sinal de TV, utilizar um amplificador de 25 dB da Proeletronic e um divisor Antronix assimétrico de três saídas. A saída de maior ganho fica para este cabo, enquanto as outras ficam para os demais pontos.

Resolvido a questão de TV, restou uma das grandes dificuldades que sempre existiu nessa casa: o sinal de Wi-Fi. Quando foi instalada a primeira rede, ainda padrão G utilizando o antigo roteador D-Link DI-524, o alcance era bem reduzido e apresentava bastante instabilidade. Com a vinda do padrão N, as coisas melhoraram, mas ainda existia um obstáculo: o sinal do roteador de cima chegar na parte de baixo da casa. Por cada andar ter seu relógio de luz, a solução Powerline até funcionou, mas com taxas bem reduzidas de subida e descida. O uso nesse cenário provou ser inviável.

Lendo alguns sites do exterior, vi experiências de ligar cabos coaxiais em roteadores Wi-Fi com relativo sucesso. Comprei adaptadores RP-SMA para F, um lote de roteadores Intelbras WIN 240 (por ter apenas uma antena e ser removível) e liguei tudo. Resultado: funcionou, mas o sinal da Wi-Fi derrubava o de TV. Toda vez que alguém fosse usar a rede, o sinal de TV sumia do cabo e só voltava quando não existia tráfego de dados. Guardei tudo e abortei o projeto.

Quase um ano se passou e fui mexer na antena da minha casa. Por descuido meu, acabei ligando um diplexer de parabólica ao invés de um divisor comum. Ao fazer isso, percebi que o sinal dos canais estava chegando em apenas uma das TVs. Foi aí que me toquei: a faixa de Wi-Fi é bem próxima à utilizada por LNBs para descida de sinal de satélite. Esperei o fim de semana, juntei os diplexers que tinha de uma antiga instalação de parabólica e refiz os testes na minha mãe. Dessa vez, enfim, o resultado foi satisfatório. A convivência entre o sinal da rede e o vindo da antena de TV era pacífica e funcional. O desafio foi solucionado.


Esse é o roteador principal, ligado ao modem da operadora. Ele injeta o sinal da rede no cabo coaxial.


O pulo do gato: o diplexer. O cabo preto é o que vem do divisor da antena. DTT vai para a TV, DTH vai para o roteador.


No andar de baixo, dois roteadores. Um recebe o sinal de cima pelo cabo, outro cria uma Wi-Fi pelo ar para possibilitar o uso.


O roteador de baixo também tem o seu diplexer.


Speedtest da conexão. Lento para os padrões de hoje, mas estável e utilizável. Provável a baixa velocidade ser limitação dos roteadores que já são antigos.


Página de configurações do roteador do andar de baixo conectado ao cabo. Sinal chega forte.

Fica a dica para quem tem uma instalação de antena de TV em casa e tem dificuldade para ter Internet em determinados lugares da casa. Claro que o ideal seria passar um cabo de rede, mas nem sempre é viável fazê-lo. Uma solução dessas, feita com peças e aparelhos simples, acaba sendo bem efetiva.