Novo membro
- Jun
- 27
- 11
Escrevi este tópico (que com algumas variações já publiquei em outros fóruns) para relatar minha experiência na instalação de um projetor e tela aqui em casa. Podemos depois desdobrar o assunto aprofundando os aspectos mais técnicos da instalação, mas por hora, o relato é mais geral.
O desafio aqui era fazer essa instalação na minha sala mexendo o mínimo possível nela, quer em instalações, quer em mobiliário, quer em qualquer coisa. Além disso, por se tratar da sala de estar/jantar da casa (do apartamento) tudo isso teria que ficar discreto. É o “fator esposa” agindo.
A sala toda tem 4 m de largura, 8 m de comprimento e 2,50 m de altura (2,40 m do piso até as sancas de gesso) e é dividida em dois ambientes, uma parte é a sala de jantar e a outra é a de estar/TV, onde iria o projetor. Esse espaço para instalar tela e projetor tem 4 m de largura, 4,70 m de comprimento e os mesmos 2,50/2,40m de altura e a ideia era mais ou menos enfiar a maior tela possível ali.
Croqui da sala, sem escala:
Dentro desse conceito de mexer o mínimo possível e ficar discreto, a tela ficaria dentro de uma sanca de gesso existente (seria motorizada), o projetor seria instalado também numa outra sanca existente (sem lift, mas se possível meio embutido nela) e boa parte dos cabos para isso tudo ficariam dentro dessas sancas, que felizmente se interligam. A distância entre as sancas (da tela e do projetor) é aproximadamente 3,80 m, o que já me impôs a distância de projeção.
Com essas premissas na mão fui estudar o assunto para definir tamanho e tipo de tela e o projetor. No espaço físico disponível (entre rack, sofá, e outras coisas do mobiliário existente) verifiquei que, a princípio, a maior tela que caberia seria uma de 133” no formato 16:9 e para ela dar certo provavelmente as bordas laterais da tela ficariam quase encostadas no encosto do sofá de um lado, bem próxima da TV do outro, praticamente “colada” no teto e na parte de baixo logo acima do braço do sofá (que está a 59 cm do piso – minha limitação de até onde a tela iria descer). Insano! É certeza que o bom senso pediria uma tela menor para as devidas folgas, mas...
Então com o tamanho da tela e a distância de projeção meio que definidos, fui conferir a distância mínima que eu deveria ficar da tela para saber se haveria esse espaço disponível na sala. Utilizei a referência da THX e, felizmente, havia.
Agora a verificação era os projetores possíveis. Essa busca do projetor que se encaixasse nisso tudo foi um dos pequenos infernos da coisa toda. As verificações eram:
- luminosidade (ANSI lumens) suficiente para uma tela de 133” em 16:9
- capacidade de projetar 133” a uma distância de ~ 3,80m, sem o zoom no máximo
- possuir lens shift
- preferencialmente ter off-set vertical zero
- ter resolução 4K
- ser bem avaliado na mídia especializada
- estar disponível para compra oficialmente (lógico!) / ter assistência técnica no Brasil
- preferencialmente ser branco
- caber no meu bolso
Um detalhe: era meu primeiro projetor e na época eu sabia do assunto tanto quanto sei falar russo, então dá-lhe leitura na Projector Central, Projector Screen, AVSForum, avforums, site da SMPTE, THX, etc.
Da pesquisa dos projetores, fiquei entre o Optoma UHD52ALV e o Benq TK 850 – que foi meu escolhido.
Bem, uma vez que cravei na minha cabeça que era isso, parti para pensar e resolver no absoluto detalhe todas as questões técnicas da instalação do projetor e da tela (isso ainda na fase de planejamento, sem ter comprado tela e projetor), sendo primordial nesse momento checar todas as medidas, inclusive com o fornecedor da tela.
Apenas um exemplo: a tela de 133” tem largura de projeção de 2,95m; aí tem as bordas pretas, vai então para 3,18m, aí tem o tamanho da caixa metálica onde a tela enrola, vai para 3,30m, aí precisa mais 5cm de cada lado para fixar o suporte dessa caixa no teto, vai para 3,40m, aí tem a moldura de acabamento que pede mais 10cm de cada lado, vai para 3,60m. E ainda tem as folgas para a moldura, 5 cm de cada lado, chegando em 3,70m. Este é finalmente o espaço horizontal necessário. Vc sai de 2,95m, mas precisa de fato de 3,70m. E no meu caso ainda tinha que encaixar esses 3,70m no meio do sofá, rack, etc. Algo semelhante acontece verticalmente.
Falando na tela, das marcas que pesquisei, fiquei tendendo a adquirir a da Notecom, mas precisava confirmar se eu tinha esses espaços que os caras especificam. Me informaram que para a instalação dela dentro de forro ou sanca era necessário um espaço mínimo entre laje e a sanca (por dentro) de 14,5 cm (15,5 cm considerando 1 cm de folga), porém na minha sanca existente essa distância era de apenas 10 cm. Eu precisava “achar” mais 5,5 cm, caso contrário teria que quebrar e refazer a sanca, deixando-a mais profunda. O caminho que encontrei foi abri-la (já ia ser necessário mesmo) e remover o revestimento da laje (reboco) para rebaixar o trecho que iria comportar a tela e assim ganhar a altura necessária. Deus ajudou pois o reboco da laje estava grosso e com isso acabei ganhando 4,5 cm – a espessura desse revestimento - (fiquei então com 10+4,5cm), faltando apenas 1 cm, que eu consegui simplesmente colando uma nova placa de drywall sob a sanca (abrindo a placa original e ganhando a espessura dela).Tá lá; agora tenho os 15,5 cm solicitados.
Situação original, somente 10 cm de espaço interno:
Situação ajustada para ter os 15,5cm necessários:
Com tudo definido, vamos à execução. Sequência de instalação da tela:
1. Sanca existente para a tela:
2. Abrindo a sanca para remover uma faixa de reboco da laje:
3. Removendo uma faixa de reboco com martelete e remanejando a instalação elétrica para deixar o espaço livre para a tela:
4. Faixa de reboco removida (vc vê a laje de concreto crua):
5. Colando o drywall por baixo da sanca e já deixando a abertura (rasgo no gesso) solicitada pelo fornecedor (13,5 cm x 3,51 m):
6. Pintando a sanca:
CONTINUA NA PARTE 2...
O desafio aqui era fazer essa instalação na minha sala mexendo o mínimo possível nela, quer em instalações, quer em mobiliário, quer em qualquer coisa. Além disso, por se tratar da sala de estar/jantar da casa (do apartamento) tudo isso teria que ficar discreto. É o “fator esposa” agindo.
A sala toda tem 4 m de largura, 8 m de comprimento e 2,50 m de altura (2,40 m do piso até as sancas de gesso) e é dividida em dois ambientes, uma parte é a sala de jantar e a outra é a de estar/TV, onde iria o projetor. Esse espaço para instalar tela e projetor tem 4 m de largura, 4,70 m de comprimento e os mesmos 2,50/2,40m de altura e a ideia era mais ou menos enfiar a maior tela possível ali.
Croqui da sala, sem escala:
Dentro desse conceito de mexer o mínimo possível e ficar discreto, a tela ficaria dentro de uma sanca de gesso existente (seria motorizada), o projetor seria instalado também numa outra sanca existente (sem lift, mas se possível meio embutido nela) e boa parte dos cabos para isso tudo ficariam dentro dessas sancas, que felizmente se interligam. A distância entre as sancas (da tela e do projetor) é aproximadamente 3,80 m, o que já me impôs a distância de projeção.
Com essas premissas na mão fui estudar o assunto para definir tamanho e tipo de tela e o projetor. No espaço físico disponível (entre rack, sofá, e outras coisas do mobiliário existente) verifiquei que, a princípio, a maior tela que caberia seria uma de 133” no formato 16:9 e para ela dar certo provavelmente as bordas laterais da tela ficariam quase encostadas no encosto do sofá de um lado, bem próxima da TV do outro, praticamente “colada” no teto e na parte de baixo logo acima do braço do sofá (que está a 59 cm do piso – minha limitação de até onde a tela iria descer). Insano! É certeza que o bom senso pediria uma tela menor para as devidas folgas, mas...
Então com o tamanho da tela e a distância de projeção meio que definidos, fui conferir a distância mínima que eu deveria ficar da tela para saber se haveria esse espaço disponível na sala. Utilizei a referência da THX e, felizmente, havia.
Agora a verificação era os projetores possíveis. Essa busca do projetor que se encaixasse nisso tudo foi um dos pequenos infernos da coisa toda. As verificações eram:
- luminosidade (ANSI lumens) suficiente para uma tela de 133” em 16:9
- capacidade de projetar 133” a uma distância de ~ 3,80m, sem o zoom no máximo
- possuir lens shift
- preferencialmente ter off-set vertical zero
- ter resolução 4K
- ser bem avaliado na mídia especializada
- estar disponível para compra oficialmente (lógico!) / ter assistência técnica no Brasil
- preferencialmente ser branco
- caber no meu bolso
Um detalhe: era meu primeiro projetor e na época eu sabia do assunto tanto quanto sei falar russo, então dá-lhe leitura na Projector Central, Projector Screen, AVSForum, avforums, site da SMPTE, THX, etc.
Da pesquisa dos projetores, fiquei entre o Optoma UHD52ALV e o Benq TK 850 – que foi meu escolhido.
Bem, uma vez que cravei na minha cabeça que era isso, parti para pensar e resolver no absoluto detalhe todas as questões técnicas da instalação do projetor e da tela (isso ainda na fase de planejamento, sem ter comprado tela e projetor), sendo primordial nesse momento checar todas as medidas, inclusive com o fornecedor da tela.
Apenas um exemplo: a tela de 133” tem largura de projeção de 2,95m; aí tem as bordas pretas, vai então para 3,18m, aí tem o tamanho da caixa metálica onde a tela enrola, vai para 3,30m, aí precisa mais 5cm de cada lado para fixar o suporte dessa caixa no teto, vai para 3,40m, aí tem a moldura de acabamento que pede mais 10cm de cada lado, vai para 3,60m. E ainda tem as folgas para a moldura, 5 cm de cada lado, chegando em 3,70m. Este é finalmente o espaço horizontal necessário. Vc sai de 2,95m, mas precisa de fato de 3,70m. E no meu caso ainda tinha que encaixar esses 3,70m no meio do sofá, rack, etc. Algo semelhante acontece verticalmente.
Falando na tela, das marcas que pesquisei, fiquei tendendo a adquirir a da Notecom, mas precisava confirmar se eu tinha esses espaços que os caras especificam. Me informaram que para a instalação dela dentro de forro ou sanca era necessário um espaço mínimo entre laje e a sanca (por dentro) de 14,5 cm (15,5 cm considerando 1 cm de folga), porém na minha sanca existente essa distância era de apenas 10 cm. Eu precisava “achar” mais 5,5 cm, caso contrário teria que quebrar e refazer a sanca, deixando-a mais profunda. O caminho que encontrei foi abri-la (já ia ser necessário mesmo) e remover o revestimento da laje (reboco) para rebaixar o trecho que iria comportar a tela e assim ganhar a altura necessária. Deus ajudou pois o reboco da laje estava grosso e com isso acabei ganhando 4,5 cm – a espessura desse revestimento - (fiquei então com 10+4,5cm), faltando apenas 1 cm, que eu consegui simplesmente colando uma nova placa de drywall sob a sanca (abrindo a placa original e ganhando a espessura dela).Tá lá; agora tenho os 15,5 cm solicitados.
Situação original, somente 10 cm de espaço interno:
Situação ajustada para ter os 15,5cm necessários:
Com tudo definido, vamos à execução. Sequência de instalação da tela:
1. Sanca existente para a tela:
2. Abrindo a sanca para remover uma faixa de reboco da laje:
3. Removendo uma faixa de reboco com martelete e remanejando a instalação elétrica para deixar o espaço livre para a tela:
4. Faixa de reboco removida (vc vê a laje de concreto crua):
5. Colando o drywall por baixo da sanca e já deixando a abertura (rasgo no gesso) solicitada pelo fornecedor (13,5 cm x 3,51 m):
6. Pintando a sanca:
CONTINUA NA PARTE 2...
Última edição: