Equipe foi cercada por criminosos e teve que fugir às pressas durante transmissão ao vivo
O que era para ser mais uma cobertura jornalística virou uma corrida desesperada pela sobrevivência. A equipe do Brasil Urgente, da Band, enfrentou uma situação dramática na noite desta quinta-feira (10), ao ser atacada por criminosos em meio a protestos intensos na comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
O repórter Rafael Batalha, acompanhado de um cinegrafista e do motorista da emissora, registrava ao vivo as barricadas em chamas que bloqueavam o tráfego na região quando tudo saiu do controle. Criminosos se aproximaram do carro da emissora, cercaram o veículo e começaram a golpeá-lo com violência.
De acordo com Batalha, os agressores chegaram a tentar virar o carro da Band. “Deram socos por todos os lados. Tentaram tombar a gente. Foi assustador”, relatou o jornalista, claramente abalado. O motorista, identificado apenas como PC, agiu rapidamente e conseguiu escapar da emboscada, saindo em disparada pelas ruas da comunidade.
A tentativa de linchamento aconteceu logo após a escalada de violência que tomou conta da região, em protesto contra a morte de um morador em confronto com a polícia. O clima de tensão se espalhou rapidamente por Paraisópolis, com focos de incêndio, vias obstruídas e saques a veículos.
Enquanto a equipe fugia do local, o apresentador Felipe Garrafa, que substituía Joel Datena no estúdio da Band, interrompeu a transmissão e pediu que os jornalistas abandonassem imediatamente a área. “A situação ficou crítica. Nossa prioridade é a segurança de vocês”, alertou Garrafa, ao vivo.
A Polícia Militar, que havia sido acionada para conter os protestos, orientou a equipe a deixar a comunidade para evitar novos riscos. O próprio capitão da corporação, em entrevista por telefone, recomendou que os profissionais se retirassem o quanto antes.
Mesmo diante do susto, ninguém da equipe se feriu. No entanto, os jornalistas ficaram extremamente abalados e deixaram claro que o objetivo era apenas relatar os fatos, não provocar ou afrontar os moradores.
A Band ainda não confirmou se tomará providências legais sobre o ataque, mas afirmou que vai revisar seus protocolos de segurança em coberturas de áreas de risco.
A explosão de violência em Paraisópolis aconteceu após a morte de um homem durante uma ação policial. A comunidade reagiu com protestos intensos, que rapidamente tomaram um rumo perigoso. Barricadas foram erguidas, pneus queimados, carros saqueados e jornalistas agredidos.
Cobrir fatos em zonas de conflito exige mais do que coragem: é preciso cautela, preparo e, muitas vezes, decisões difíceis em tempo real. A ocorrência em Paraisópolis acende novamente o alerta sobre os riscos que profissionais da comunicação enfrentam diariamente no Brasil.
Resumo do ocorrido:
- Equipe da Band é atacada durante cobertura em Paraisópolis
- Criminosos cercam carro da emissora e tentam tombar o veículo
- Motorista consegue fugir e encontra apoio da Polícia Militar
- Repórter relata que objetivo era apenas informar, não ofender
- Estúdio ordena retirada imediata da equipe por segurança