Abertura do capital estrangeiro na TV Brasileira: O fim de uma era?
A televisão brasileira pode estar prestes a passar por uma das maiores transformações de sua história. Com o avanço das big techs e a crescente concorrência de plataformas de streaming, como Netflix, Amazon Prime e Disney+, as emissoras tradicionais estão pressionando por uma revisão na legislação que limita a participação de capital estrangeiro no setor.
Atualmente, a lei permite que apenas 30% do capital das emissoras seja controlado por grupos estrangeiros. No entanto, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) propõe aumentar esse limite para 100%. A ideia é que, com mais investimento internacional, as TVs abertas possam competir de igual para igual com as gigantes globais.
Por que a mudança agora?
O crescimento acelerado das plataformas de streaming e a alta do dólar tornaram o Brasil um mercado atraente para investimentos internacionais. Enquanto as big techs faturam alto com publicidade e conteúdo sob demanda, as emissoras tradicionais alegam estar em desvantagem.
A Band e a RedeTV! são algumas das vozes mais ativas nessa discussão. A Band critica a "concorrência desleal" das plataformas digitais, que operam sem as mesmas regulamentações que as TVs abertas. Já a RedeTV! defende que a abertura do capital pode trazer mais diversidade de conteúdo e equilibrar o jogo no mercado publicitário.
Divisão entre as emissoras
Nem todas as redes estão alinhadas. Enquanto Globo, Band e RedeTV! apoiam a proposta, SBT e Record preferem manter silêncio. O SBT, controlado pela família Abravanel, ainda não se posicionou oficialmente. Já a Record, ligada à Igreja Universal, evitou comentar o assunto, levantando suspeitas de que pode estar tentando frear a internacionalização de suas concorrentes.
O que está em jogo?
- Competitividade: As emissoras querem condições justas para competir com as big techs.
- Diversidade de conteúdo: A entrada de capital estrangeiro pode trazer novos formatos e programações.
- Receita publicitária: Com mais investimentos, as TVs abertas poderiam ampliar suas estratégias de monetização.
Deputados ligados ao setor de comunicação já estão trabalhando para acelerar a discussão no Congresso. A expectativa é que a proposta seja votada ainda neste semestre. Se aprovada, a mudança pode revolucionar o mercado de radiodifusão no Brasil, abrindo portas para parcerias globais e novos modelos de negócio.
Com informações da coluna Outro Canal, da Folha.